Em 2006 com a vida numa verdadeira correira, era micro-empreendedor, muito trampo e passando por muito stress na época, quando numa bela manhã começou tudo, com um formigamento na ponta dos dedos que foi se estendendo para o antebraço no almoço, fui ao hospital e o médico diagnosticou “stress” que passaria com o tempo, com o passar dos dias comecei a arrastar a perna, metade do meu rosto ficar sem expressão e ter dificuldade para levantar o garfo para comer e cortar carne.
Novamente fui ao PS, desta vez, o médico da triagem nem quis fazer algum tipo de exame, falou que era depressão, lendo a bula do anti-depressivo descobri que tem um tipo de depressão que reflete fisicamente no corpo, tomei o remédio receitado por duas semanas, minha musculatura voltou ao normal, o “surto”(inflamação que ocorre na bainha de mielina) havia passado.
Não deu nem tempo de voltar ao normal questão de dias tive outro “surto” que veio a cavalo, fala arrastada, perna arrastando, diplopia, braço fraco e novamente fui ao PS visitar o médico o qual novamente não fez nada, simplesmente falou que era depressão, voltei pra casa aquele dia andando como se fosse um zumbi do seriado The Walking Dead(faltou só a roupa rasgada e a maquiagem de morto-vivo), porque já tava arrastando muito a perna e meus olhos estavam muito roxo.
Fui em outro hospital, pois acordei com fraqueza nas pernas e não estava me aguentando em pé, então me deram duas doses de glicose, na época estava cumprindo promessa e não estava comendo massa, lanche, salgado, doce, refrigerante e nem cerveja, desta vez até entendi o porque eles pensaram que era falta de comida, tinha emagrecido 10kg em um mês. Bom, tomei as glicoses e no dia seguinte tava comendo bife de fígado (nessa época que comecei a gostar).
Mas não adiantou muito e o “surto” voltou mais forte do que nunca, desta vez fui ao PS, no qual estavam apresentando sintomas de AVC, então resolveram fazer tumografia e tomar um placebo para comprovar que estava bem, mas #sóquenão #deuruim, apareceu uma mancha grande na cabeça e me internaram com a suspeita de AVC.
Eu nem imaginava o que era na época um AVC, mas sabia que era sério, pois vi a minha irmã e madrinha chorando quando disseram que iam me internar, passei mais ou menos duas a três semanas, fazendo baterias de exames(coração, ressonância, liquor da coluna, vista, etc), eles estudando histórico da família e após experimentar o que é não ter metade do corpo, me diagnosticaram com Esclerose Mútipla.
Então comecei o tratamento de pulsoterapia(Corticóide na veia). voltei ao normal(94%) e desde então, convivo aprendendo a sonhar mas sem se lembrando de manter a qualidade de vida.